Quando definimos que o tema da edição de maio seria sobre mãe e noivas comecei a buscar nos e-mails que recebemos das leitoras algo que tivesse a ver. Depois de ler diversas histórias e não encontrar nada do que procurava percebi que era hora de contar a minha história de superação. Escrevendo percebi que é algo até maior que uma superação, é uma aceitação.
Sou filha primogênita, minha mãe se casou com 17 anos e aos 19 eu nasci.
Sempre fui mais apegada ao meu pai, mas ele veio a falecer quando completei 10 anos.
Eu já tinha mais uma irmã e um irmão, e minha mãe estava grávida.
Nossa relação nunca foi muito boa, sempre pensamos completamente diferente e cada dia piorava. Sai de casa muito cedo, minha mãe teve outros relacionamentos e acabou ficando grávida mais duas vezes.
Eu nunca apoiei minha mãe, a achava irresponsável e inconseqüente, mas hoje vejo que eu também posso ter minha culpa nas atitudes dela. Por eu nunca a ter apoiado como ela realmente era. Talvez, se ao invés de criticá-la e me sentir envergonhada, eu tivesse ficado mais presente, tivesse dito tudo a ela o que eu realmente pensava...
O fato é que não estou aqui também para pensar em como teria sido, porque o que passou, passou.
Hoje eu também sou mãe, moro longe de toda minha família e consigo ver as coisas de uma forma diferente.
Hoje eu só consigo sentir orgulho da mãe que tenho, uma mulher guerreira que tem seis filhos, três genros e quatro netos.
Ela sorri com todos nós, chora quando preciso de bronca, sem fazer diferença ou discriminar.
Minha mãe me ensinou principalmente que julgar não leva ninguém a lugar algum, pelo contrário, só afasta, devemos aceitar a todos como eles são. Temos que respeitar a atitude de cada e não cabe a nós julgar se a atitude é certa ou errada. Cada um tem a vida da forma que escolheu e o que importa é estar feliz.
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